Quando o assunto é reabilitar, a primeira coisa a fazer é perceber se vale a pena, ou não, reabilitar.

Por vezes os gastos com reforço das paredes/estruturas já existentes, e a complexidade do processo é tão alta, que a solução mais eficaz é demolir. O melhor, inicialmente, é levar consigo um técnico qualificado, que faça um estudo da estrutura e perceba o estado em que se encontra.

Em grande parte dos casos, casas antigas, foram construídas com fundações “à antiga”, sem ferro, com pedras, ou em alguns casos sem fundações. O telhado com estrutura em madeira e as paredes apenas em pedra, ou mesmo paredes em madeira e argamassa, em alguns casos. São estruturas relativamente leves e mesmo que sejam mais pesadas, com o passar dos anos, as fundações compactaram o piso e estabilizaram para aquela carga.

Posto isto, quando o cliente pretende reabilitar, não pode exigir lajes e cobertura em betão, com carga substancialmente maior, sem fazer reforço estrutural. Quando fosse simplesmente colocar lajes em cima das paredes antigas, o solo ficaria novamente instável e em poucos anos as paredes iam ter largas fissuras, possivelmente a segurança do edifício iria ficar comprometida, e portanto, seria necessário um reforço estrutural, esquecer a estrutura existente (depois de assegurar a sua estabilidade) e desenvolver uma nova estrutura por dentro das paredes, onde irão apoiar as lajes. Este processo torna a reabilitação tão, ou mais, dispendiosa quanto uma construção de raiz.

Qual a melhor solução?

Madeira. Sem sombra de dúvidas a melhor forma de reabilitar um edifício nessas condições é com estrutura em madeira, com carga semelhante ou inferior à que existia antigamente, uma forma segura, rápida e um pouco mais barata que o betão, com grande versatilidade. A madeira pode ficar exposta ou oculta, ou apenas exposta em algumas porções da casa, enriquecendo o ambiente, estruturalmente tem resistência semelhante ao betão (dependendo dos edifícios, pode ser mais adequado um ou outro sistema), tem maior flexibilidade no que toca a sismos e elevada resistência ao fogo. Isso mesmo, ainda que seja, madeira, como as vigas e pilares têm um grande volume, aguentam elevadas temperaturas sem entrar em combustão, e vai queimando lentamente, sendo que se depois desgastarmos o carvão, a madeira por dentro está intacta.

 

Nós utilizamos tanto madeira como betão, ou madeira e betão a trabalhar em conjunto, dependendo de cada caso, um sistema ou outro enquadra-se mais, e portanto não se pode dizer que a madeira ou betão são superiores um ao outro. São dois excelentes sistemas, que em conjunto, trabalham muito bem e tornam a construção mais amiga do ambiente. O betão é responsavel por 9% das emissões co2 para a atmosfera. A nossa madeira é composta, e portanto o desperdício é muito menor, e ainda assim, é proveniente de abate de árvores sustentável (abate seguido de reflorestação).